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quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Período de Integração- final

                Como eu havia escrito antes, foi um período muito rico e também muito desafiador. Entre os alunos havia um que era diferente. Ele não respondia a metodologia, era agitado e causava tumultos dificultando a aula. Além disso começava a dar problemas também fora de sala, nos corredores. Não respeitava os funcionários da escola apesar de nunca ter me respondido ou agredido verbalmente. Tinha algum desvio,  que acho eu era por causa da sua vivência difícil e influência do meio onde ele vivia. Não aceitava regras nem limites. Eu ficava atônita sem saber o que fazer, até que um dia fui alertada por outro professor para não bater de frente com ele pois ele estava envolvido com coisas ruins.Um certo dia começou um boato na turma de que ele estava armado. Fiquei nervosa, mas tive que me manter firme para não assustá-los mais ainda. Comuniquei o fato a direção que levou-o da sala para conversar. Graças a Deus nada de ruim aconteceu. 
                Os dias se seguiam, o trabalho estava dando frutos, até que um dia houve um desentendimento com o professor de matemática, onde o aluno acabou ameaçando o professor e ele foi encaminhado para a psicóloga, porém não voltou mais a turma. Passado este momento tenso, os outros alunos até que se sentiram aliviados pois estavam conseguindo fazer as atividades em paz.  Estávamos na semana antes do Carnaval e para comemorar o fim do período de integração e a data festiva , fizemos um bailinho de Carnaval, tiramos fotos caracterizados, enfim eles estavam muito felizes e eu também.Mais uma etapa concluída!!
Foto de arquivo pessoal

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

O período de integração -3 parte

FOTO DE ARQUIVO PESSOAL
            Na segunda semana do período de integração os alunos já sentiam-se mais a vontade com a metodologia. Ainda existiam muitas dúvidas, mas aos poucos íamos nos adaptando e conseguindo fazer o trabalho. As dinâmicas de socialização foram muito importantes para familiarizar os alunos. Devagar eu ia conhecendo um pouco mais do perfil deles, sobre a família, sonhos e anseios, dificuldades de aprender e construindo o diagnóstico de cada um. Neste projeto existe uma prática muito importante que é a construção do memorial onde os alunos começam a escrever um diário, contando sobre eles, expectativas e descobertas durante as aulas. Esta prática era nova para eles que estavam acostumados a só copiar as atividades das disciplinas.No início eles se recusaram a fazer em sua maioria até porque era algo desconhecido e eles tinham muito medo de escrever. Porém fui incentivando até porque eu também tinha que construir o meu memorial e um memorial da telessala.Começaram com uma linha , duas, outros não queriam fazer e começaram a dizer que haviam esquecido em casa! É esse foi e ainda é um desafio e tanto: fazê-los escrever, falar de si mesmos, relatar o que acontece...Na verdade é um desafio também para nós, professores! Então, decidi no planejamento separar um momento só para isso, no começo da aula e guardá-los no armário da sala. Alguns me mostravam o que haviam escrito, outros não queriam que eu visse e eu fui respeitando  a vontade de cada um. Disse que escrevessem da forma deles, uma música, um versinho, o que quisessem. Durante este período assistimos um filme chamado Escritores da Liberdade. A exibição desse filme foi tudo de bom, pois eles se identificaram com o fato de os alunos da história também fazerem seus diários e alguns até diziam: "Ela (a professora da história), parece a nossa professora!!" 





Começavam a nascer as primeiras linhas...

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

O período de integração -2 parte

PACTO DE CONVIVÊNCIA

ORGANIZAÇÃO DAS EQUIPES DE TRABALHO
Chegou o momento que considerei muito importante: a construção do pacto de convivência. Era imprescindível que os próprios alunos apontassem regras de convívio, o que poderia ou não fazer dentro da telessala. Fui escrevendo no quadro as opiniões de todos e depois fizemos uma votação para escolher o que faria parte do pacto. Este momento gerou bastante discussão pois todos queriam defender seus pontos de vista. Fiquei feliz pois vi que eles começavam a se soltar e falar em público. Após as discussões resolvemos criar um cartaz para expor o que a turma havia elaborado. Cada grupo escrevia com sua letra as informações, isso também foi bom pois pude perceber quem escrevia e quem ainda estava em processo. O cartaz ficou bem simples mas do jeito que eu gosto: construção dos alunos! Enfim o momento de explicar sobre o trabalho em equipes. Na metodologia da telessala trabalhamos com a formação de quatro equipes: Socialização, Coordenação, Avaliação e Síntese. Fui sorteando os nomes para a formação das primeiras equipes, ali pude perceber que alguns elos de amizade já estavam se formando pois alguns pediam para ficar com outros. Sinceramente, nesta fase eu comecei a me preocupar pois por se tratar de  alunos de sexto ano, aqueles que ninguém queria, que davam muito trabalho, que não faziam as tarefas e ainda brigavam em sala, fazê-los trabalhar em grupo gerava muita expectativa. Começava o desafio de fazer com que eles entendessem que não eram mais de uma turma regular, que a dinâmica de trabalho nada tinha a ver com o que eles estavam acostumados, enfim...Muita novidades para aquelas cabecinhas!Mas como nem tudo são flores, as primeiras dificuldades começavam a surgir! Medo, ansiedade, vontade de ensinar, curiosidade, vontade de conhecer cada um deles..Minha cabeça também estava a mil por hora....

domingo, 4 de setembro de 2011

O período de integração -1 parte

As duas primeiras semanas de aula eram reservadas ao período de integração. Durante o o curso de capacitação, fui preparada para desenvolver atividades que integrassem os alunos e apresentassem a nova metodologia a eles. Na tele sala, trabalho com os alunos em círculo ou meio círculo e essa era uma novidade para eles acostumados a sentar em fileiras. Cada aluno recebia um crachá para identificação onde estaria também escrito ou desenhado uma característica ou uma preferência de cada um deles. No início das aulas faço uma dinâmica para quebrar o gelo já que acabávamos de nos conhecer. Isto também era novidade já que eles nunca haviam participado de atividades em que o professor deixasse eles falarem e estivesse interessado em ouvi-los. Esta foi uma importante etapa já que a timidez predominava na sala, o medo de "pagar mico" ou ser ridicularizado. Mas nada disso aconteceu. Uns ouviram os outros com a maior atenção e respeito e participaram da atividade com boa vontade. Estavam ansiosos para saber como funcionaria aquela nova sala, quem eu era e como eu era e o mesmo acontecia comigo.Novos alunos, novo trabalho, a mente cheia de ideias. Será que eu vou conseguir?Será que vão gostar de mim?

sábado, 3 de setembro de 2011

Conhecendo o novo desafio


Sou professora e atualmente leciono em duas redes municipais. Na rede municipal do RJ fui convidada este ano para lecionar em uma turma de projeto. Apesar de ainda não conhecer nada sobre a metodologia, aceitei o convite. Já havia trabalhado com projeto antes, o PROJOVEM durante três anos e sempre gostei de desafios. Comecei o ano participando de um curso de formação que durou 15 dias. Neste curso de formação entendi como era a proposta de trabalho, a metodologia e que trabalharia com alunos de sexto ano em defasagem idade-serie. Minha turma do Projeto Autonomia, recebeu o número 8803. Não escolhi a turma pois foi aleatoriamente que a direção da escola ao fazer uma chamada no pátio me direcionou para ela. Nossas aulas acontecem na sala 17 no terceiro andar do prédio da EM LEVY MIRANDA.Tenho aproximadamente 25 alunos, onde a maioria é de meninos. São alunos vivos, agitados e com sede de aprender e conviver. Aliás conviver é um grande desafio, principalmente por conta das equipes de trabalho. Cada um com sua peculiaridade vem conquistando meu coração a cada dia. O período de integração foi essencial para conhecer os alunos, em que nível estavam e integrar a todos. Pareciam alunos tranquilos na primeira semana porém, nada seria fácil como eu já desconfiava. Começava a dura lida de transformar aquelas plantinhas em belas árvores!